A
filosofia de Hegel é um aristotelismo. Em relação a Platão e a Descartes,
trata-se agora da outra filosofia, que procura a consciência sob os seus
exteriores, e que pensa o espírito do mundo. Tendo feito alimento da filosofia
de Platão, eu utilizei esta outra como
remédio e achei-me bem. Platão convém àqueles que se encontram em
dificuldade consigo mesmos. Arsitóteles, Hegel, e mesmo Leibniz, são antes
naturalistas. Ficará à escolha. De facto, a filosofia Hegeliana foi aquela que
movimentou os povos, pelo Marxismo, e isso é de considerar. Deixando o trabalho
do historiador, que não é do meu ofício, quero somente trazer à luz um bom
número de ideias profundas e subterrâneas, sem criticar os meios. O platonismo é apenas crítica de si; os
frutos estão escondidos. No presente estudo, é preciso que a crítica se cale. É
advertir o bastante, porque nós temos de fazer uma longa viagem. A filosofia de
Hegel é dividida em três partes, que são a Lógica, a Filosofia da Natureza, e a
Filosofia do Espírito. Esta última parte, ela própria compreende o Espírito
Subjectivo, o Espírito Objectivo, o Espírito Absoluto. O Espírito Objectivo,
é Família, Sociedade, Estado, História;
O Espírito Absoluto desenvolve-se em três graus, a Arte, a Religião, a
Filosofia. Não é inútil colocar-se primeiro no lugar de chegada; porque à
partida a lógica fecha todas as avenidas; muitos ficam por aí, enquanto que o
espírito da lógica Hegeliana está nisto, que não se pode ficar aí. É dizer que
este pensador foi e é frequentemente mal compreendido, e sobretudo
miseravelmente discutido. A caminho agora.
Alain
(Tradução de José Ames)
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